sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Camões, uma estrela solitária



CAMÕES, UMA ESTRELA INFELIZ
“Triste cidade! Eu temo que me avives
uma paixão defunta!” (Cesário Verde )


Eu não sou cheiro que se flor
E aqui está Camões  me trazendo cheiros
De uma paixão defunta, no seu Lusíadas
/de”FERO AMOR” sobre Inês de Castro.
Eu, uma contemporânea  que pertenço ao cotidiano
/de muita  gente...frequentando  a mesma praia, indo
/ao supermercado ou ao cinema... tenho  a mesma sensação
de Cesário Verde em carta ao amigo Antonio de Macedo Papança
“Uma poesia minha, publicada numa folha bem impressa,
/comemorativa de Camões, não obteve um olhar, um sorriso,
/um desdém, uma observação! Ninguém escreveu, ninguém
/falou,  nem um noticiário, nem uma conversa comigo, ninguém
/disse bem, ninguém disse mal! (...) literalmente parece que
Cesário Verde não existe”.
Eu, que tento fazer as pessoas pensarem sobre o mundo e a vida!
Vi  o teu rosto  desenhando num navio.
Ainda carrego em minha boca  o cheiro do teu poema
/redivivo.
Tanto adiei minha poesia  para outro século
Que hoje ela me deixou na mão, a ver navios!